ESTUDO DE CASO: ABORDAGEM TRADICIONAL
Era o primeiro dia de aula de Pedrinho na escola nova. Ele
estava acostumado com a recepção calorosa da professora, as brincadeiras entre
as atividades, as musiquinhas cantadas no inicio das aulas e os coleguinhas
falantes na sala de aula. Ao chegar na sala ele tomou um susto quando percebeu
que ninguém o veio receber na porta, e quando entrou, as mesas não eram
redondas como a da escolinha, eram todas enfileiradas em plena ordem e de
frente havia um quadro negro enorme. Não havia ninguém sentado a mesa do mestre
e as crianças já estavam todas arrumadas. Foi puxar assunto com um amiguinho do
lado, mas não teve resposta. Procurou os cartazes coloridos e os desenhos na
parede, mas não encontrou. Ficou um instante com a cabeça baixa e logo que
levantou avistou os alunos todos em pé e na porta uma figura diferente... Era a
professora. Levantou-se ligeiro e esperou para ver o que se seguiria. A
professora entrou em sala e todos se sentaram. Para sua surpresa, hoje era dia
de prova, dia de prova oral. Todos estavam apreensivos e Pedrinho sem entender
nada. A professora foi chamando um a um, e as respostas precisavam ser dadas em
voz alta para que todos ouvissem. Enfim chegou a vez de Pedro, e sem nenhuma
cerimônia de boas vindas, a professora perguntou:
_ Ei você, aluno novo, quanto é 10+5?
Ele até sabia a resposta, mas como estava com muito medo e
envergonhado respondeu:
_ É 13 tia.
Enfurecida a professora ofendida pela resposta errada e por
ter sido chamada de tia, colocou Pedrinho para a fora da sala, que ficou lá até
o próximo toque do sino. As lagrimas corriam pelo seu rosto, e ele tentava
entender o que tinha feito de tão errado.
Assim que o sino tocou a professora solicitou a presença dele em frente
a sua mesa. Ela o fez escrever na lousa a resposta correta, e deu a ele uma
lição de casa extra: escrever em três folhas, que 10+5 era igual a 15.
Para essa abordagem o homem é um sujeito “acabado” e a
criança é um “adulto em miniatura”, por isso o professor é o centro, pois é ele
quem detém todo o conhecimento, visto que já é adulto. Ele se torna completo
quando conhece o mundo através do que lhe é transmitido através da família,
igreja e principalmente da escola. Esses conhecimentos transmitidos estão
intimamente ligados aos valores apregoados pela sociedade. A inteligência é o
acumulo de informações, e o aluno não tem participação nenhuma em sua
construção. Toda informação transmitida tem como objetivo tornar o sujeito
igual ao modelo imposto pela sociedade. A escola é a instituição máxima de
transmissão do conhecimento, onde a relação professor-aluno é vertical, só o
professor detém o conhecimento, só ele fala e o aluno apenas escuta. As aulas
são em sua maioria expositivas, e as avaliações consistem em que os alunos reproduzam
com exatidão o conteúdo passado em aula.
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
Ana era professora do
Maternal II de uma creche de sua cidade. Pensando em como abordar de maneira
diferente as cores secundárias, teve uma idéia muito legal. Colocou seus alunos
em roda e perto dela colocou potes de tintas de cores primárias e também uma
bacia grande, para que todos pudessem visualizar. Depois de arrumar os
materiais necessários, a professora perguntou a sala quais cores de tinta ela
tinha em seus potes. A resposta foi unânime, e todos acertaram, as cores eram
amarelo, vermelho e azul. Logo depois a professora perguntou o que aconteceria
se ela misturasse as cores na bacia. A maioria respondeu que não sabia, e João
disse que ela faria uma meleca. Ana então pediu para que Mariana escolhesse
duas cores, e ela escolheu azul e amarelo. A professora delicadamente colocou
as cores escolhidas na bacia e pediu para que Felipe misturasse com os dedos.
Antes da cor ficar pronta, ela perguntou novamente aos alunos o resultado daquela
mistureba, e alguns responderam que estava mudando de cor. Ao término da
mistura o aluno Felipe espontaneamente disse que as mãos estavam verdes! A
professora então explicou que misturando as cores primárias surgiam outras, e
eles continuaram brincando por um longo tempo, descobrindo novas cores através
das já conhecidas.
Para os comportamentalistas o conhecimento é feito através
da experiência, da descoberta espontânea ou planejada. Nessa abordagem o homem
é resultado do meio em que vive. Para Skinner o meio pode ser manipulado assim
como também o homem. A educação está ligada á transmissão de conhecimento
científico e cultural, assim como comportamentos e práticas sociais. A escola
comportamentalista é uma instituição com certo “poder” e tem como objetivo
instalar e manter seus princípios, através do reforço constante. Os alunos
participam do seu processo de aprendizagem, e o professor planeja e desenvolve
as atividades que serão executadas pelos educandos. A avaliação tem como
objetivo verificar se o aluno atingiu ou não os objetivos propostos,
respeitando o ritmo de cada um.
ABORDAGEM HUMANISTA
Carla era uma aluna nova,
presente na escola apenas por uma semana e aquele era dia de avaliação. Carla
nem sabia o que pensar, apesar de sempre ter sido uma excelente aluna no antigo
colégio de freiras, não fazia a mínima ideia de qual conteúdo seria avaliado.
Então, na sala de aula, quando encontrou os outros alunos e estavam todos
tranquilos, se sentiu ainda pior: -“Como farei uma prova assim? Ah, meu Deus! E
todos estão tão tranquilos... Não quero ser a vergonha da classe!” Logo chegou
a professora, sem folhas, sem giz. Pediu que todos anotassem em um papel a nota
que se dava pelo decorrer das atividades, pela aprendizagem que tinha feito,
pelo seu esforço próprio. Enfim, pediu a todos uma auto avaliação. Carla mais que depressa começou a criar os
exercícios mais difíceis que conseguia imaginar, respondia e corrigia o mesmo, dando-lhe nota pela
ortografia e pelo capricho. Nesse dia, saiu para o intervalo toda feliz, embora
ainda não entendesse o sentido de tudo aquilo. No final do dia, houve uma reunião
com os pais e a professora explicou à Carla como funcionava a abordagem seguida
pela escola, visto que a aluna estava perdida. O processo é centrado no aluno,
na sua aprendizagem, na autonomia e nas experiências e habilidades; o professor
está sempre à disposição como facilitador da aprendizagem, a metodologia busca
a liberdade do aluno para aprender e entender o conhecimento como parte das
experiências vivenciadas. Na primeira reunião com os pais, no final da mesma
semana, Carla e a mãe foram ao encontro da professora, que explicou que a
abordagem seguida pela escola era muito diferente da abordagem com que Carla
estava acostumada. Ali, o processo era centrado no aluno, na sua aprendizagem,
na sua autonomia, nas suas experiências e habilidades; o professor estava à
disposição, como um facilitador da aprendizagem e a metodologia buscava a
liberdade do aluno para aprender e entender o conhecimento como parte das
experiências. A abordagem seguida pela nova escola de Carla é a HUMANISTA.
A
professora Priscila ensina em uma escola privada na cidade de Ourinhos, ela é
bem amorosa com seus alunos, e sempre os questiona sobre diversos assuntos. Em
suas aulas Priscila não utiliza uma determinada rotina para com seus alunos e
os desafia o tempo todo sobre os mais variados problemas, e deixa livre para
que eles pesquisem sozinhos a resolução destes desafios, na verdade Priscila
funciona mesmo é com mediadora. Seus alunos são bastante participativos, ele
observam bastante, e argumentam também.
Os pais dos alunos da Priscila a julgam uma ótima professora, pois ela não joga
as respostas a seus alunos e sim os desafia para que eles descubram por si
mesmos.
Este tipo de abordagem é principalmente interacionista.
Tem
como principais defensores Jean Piaget e Jerome Bruner, abordagem “cognitivista” implica, em principalmente estudar de modo
científico a aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente, das
pessoas os de fatores que são externos ao aluno.
Este tipo de abordagem é principalmente interacionista. A educação visa provocar situações que sejam desequilibradas ao
aluno, fazendo com que este desenvolva as noções e operações ao mesmo tempo em que a
criança vive cada etapa de seu
desenvolvimento.Para Piaget a educação é um todo
indissociável, considerando-se dois elementos fundamentais: o intelectual e o
moral. O
professor deve propor problemas aos alunos sem ensinar-lhes a solução, fazendo
desafios. Cabe a ele evitar rotina, fixação de respostas, hábitos. Cabe
ao aluno um papel essencialmente ativo, e suas atividades básicas entre outras,
deverão consistir em: observar, experimentar, comparar, relacionar, analisar,
justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar, etc. E ao professor
cabe orientação necessária para que os objetos sejam explanados pelos alunos,
sem jamais oferecer-lhe solução pronta.
ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL
A professora Cristina leciona numa escola da periferia, todos os dias ela vai á escola
e recebe seus alunos carinhosamente. Sabendo da difícil realidade e do contexto
em que seus alunos vivem, Cristina se preocupa muito em adequar os conteúdos
aos seus educandos.
Cristina é professora alfabetizadora, trabalha com
crianças de 06 anos de idade que estão no 1º ano do Ensino Fundamental, sempre
encontrou dificuldade em fazer com que
seus alunos aprendessem através de contextos que não são os vivenciados por
eles. Ela conheceu alfabetiza a partir de palavras geradoras, do contexto e da
realidade dos seus alunos problematizando sempre e fazendo com que eles
reflitam criticamente frente aos conteúdos.
Cristina é uma ótima professora, apesar da triste
realidade dos seus alunos eles demonstram um excelente desempenho escolar, se
interessam mais e participam. A professora dá bastante liberdade de diálogo e
expressão para os alunos exporem o que pensam e o que sabem sobre os conteúdos
que irão aprender. Por exemplo, quando vai trabalhar um conteúdo ela questiona
os alunos quanto aos seus conhecimentos prévios e retira disso o norte que
conduzirá a sua didática.
Todos os alunos gostam bastante da professora Cristina.
A
abordagem sócio-cultural trata basicamente das relações dos indivíduos em grupos
culturais, como esses grupos influenciam em nossos significados, em maneiras de
ver uma sociedade, pois como sabemos um indivíduo sofre alterações diante uma
cultura. Na visão de Paulo Freire sua maior preocupação era com a cultura popular,
sendo ela enfatizada em aspecto social, política e cultural, pois conhecendo
sua ideologia percebemos que o que mais o preocupava era como trazer para a
sala de aula as diferentes culturas dos alunos, de forma a trabalhar no
coletivo, de forma a assumir e não somente consumir esse valores mudando a
visão do homem diante o mundo, cultura, educação e ação educativa.
É
um processo onde professor e alunos aprendem e ensinam juntos. Onde o professor
deverá estimular o aluno a questionar a cultura que lhe é imposta e saiba criar
sua própria cultura a partir do contexto em que vive e da sua realidade. O
professor vai criar situações onde o aluno “abra os olhos” para que as
contradições da sociedade.
No
processo de ensino aprendizagem considerar as diferenças individuais (cultura e
o contexto em que vive) de cada aluno, e não tratá-los como iguais e criar um
ensino padronizado. O aluno interage com o professor dando a sua contribuição
para o processo de ensino- aprendizagem, falando sobre sua cultura e suas experiências
de vida.
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